terça-feira, 26 de agosto de 2008

Prata em Vôlei Masculino!


O filme que o Brasil já tinha visto em terreno doméstico, na Liga Mundial, ganhou uma amarga reprise do outro lado do planeta. No Ginásio da Capital, mesmo apoiado pela torcida, o Brasil esbarrou na superioridade dos Estados Unidos. E ficou com a prata.
A derrota por 3 sets a 1, de virada, com parciais de 20/25, 25/22, 25/21 e 25/23, colocou no rosto dos jogadores a expressão de desânimo. Após atuação apagada, o capitão Giba passou calado pela zona de entrevistas. Deixou os companheiros no banco, onde o choro do novato Bruninho ilustrava a decepção

A solução de Bernardinho foi tirar André Nascimento e improvisar Murilo - habituado a jogar pela entrada da rede - como oposto. Após um ponto do jogador, a comemoração teve direito a chute do líbero Serginho na bola, que foi parar nas arquibancadas.

Quando a diferença caiu para um ponto, Giba agradeceu ao levantador Marcelinho com um beijo no rosto. Mas logo em seguida, não conseguiu segurar outra bomba de Stanley no saque. E foi pelas mãos do atacante americano que o set terminou em 25 a 22.


Americanos viram no terceiro set


Stanley foi parado logo na primeira bola do terceiro set. Sinal de que o “time de um só” não daria mais trabalho? Nada disso. O oposto manteve os saques forçados e os ataques potentes. Além disso, os EUA tinham a filosofia do Brasil na cabeça. As jogadas eram as mesmas implementadas pelos brasileiros durante a 'Era Bernardinho', principalmente a bola de velocidade. Parecia que a seleção brasileira estava jogando contra ela mesma. Mas não estava. Do outro lado da quadra, havia um grande time.


Nervoso, Giba gritava: - Vamos jogar, vamos jogar! E o Brasil até jogou, mas não o suficiente. Ousado nas distribuições e nos saques, Bruninho, estreante em Olimpíadas, foi decisivo para a aproximação no placar. Mas já era tarde. A diferença no placar não foi alcançada e os americanos fecharam o terceiro set em 25 a 21.



Mesmo eles tendo tentado adquirir mais um ouro em seu desenvolvimento,encontraram um time (EUA) focados em seus objetivos.Não foi a primeira vez que o Brasil já jogou com os EUA e perdeu,o Brasil por sua vez de carregar a pressão de uma nação, talvez pelo nervossismo e falta de concentraçao veio a perder.Apesar de tudo,nos despedimos muito satisfeitos,com o desempenho de Gustavo, Giba, Marcelinho, Rodrigão, Samuel,Bruninho,André Nascimento,Dante,Serginho,Murilo,André Eller,Anderson!


A seleção masculina de vôlei chegou ao final de mais um ciclo olímpico e ao final de época. A medalha de prata, conquistada com a derrota para a seleção dos Estados Unidos, coloca um fim definitivo à era de hegemonia brasileira na modalidade. Não pretendo destrinchar aqui os detalhes da partida de hoje. Basta dizer que perdemos lutando até o fim, frete a um adversário muito forte.
Mas essa derrota começou a 2 anos atrás, com a briga entre o levantador Ricardinho e o técnico Bernardinho. Ganhamos o Pan ainda assim, mas perdemos a Liga Mundial em casa, também para os Estados Unidos. Agora já se especula a saída de jogadores (como o Gustavo) e do próprio técnico. É mesmo o fim dessa etapa.
Mas isso não me preocupa muito, no caso do vôlei. Tenho acompanhado o esporte desde criança, assisti muitas partidas da seleção (feminina e masculina) no Mineirinho e vi atletas se destacarem, passarem pelo auge e se aposentarem, como Tande e Giovani.

Uma geração substitui a antiga e novos ídolos aparecem. Grandes chances de isso acontecer dessa vez também. Um novo time vai ser formado e um novo ciclo começa. Depois do devido tempo de adaptação, o Brasil voltará ao topo. Talvez não com a invencibilidade que teve durante esse ciclo, mas com muita qualidade e capacidade de fazer frente aos adversários.
Nesse aspecto, outros esportes me preocupam muito mais. Como exemplo, cito o tênis. Gustavo Kuerten conseguiu grande destaque no esporte. Maria Esther Bueno foi outro grande nome do esporte no Brasil. Desde as lesões de Guga e de sua perda de rendimento, vimos algum outro brasileiro disputar com chance de ganhar algum torneio de Grand Slam? Pois é.
Enfim, fiquei triste e decepcionada com a derrota nessa final. A etapa da seleção bem que podia chegar ao fim só no ano que vem. Mas pelo menos o time perdeu lutado e unido. O Galvão Bueno, claramente alfinetando a seleção masculina de futebol, na campanha pouco sutil da Globo para derrubar o Dunga, disse que o Giba era o jogar de vôlei mais bem pago do mundo e mesmo assim corria atrás de cada bola. Detesto concordar com alguma coisa que o Galvão diz, mais ainda nessa situação. E é fato que o Giba não estava na melhor forma e que seu salário deve ser menor que o de muito jogar de futebol. Mas essa seleção de vôlei realmente merece aplauso pois sempre joga com raça e representa bem o Brasil.
Vamos esperar o que vem por aí. E prestigiar o esporte. Assim como muita gente tem hábito de ir aos estádios ver o time de futebol jogar, precisamos acompanhar os campeonatos nacionais e internacionais de outros esportes bem de perto também. Realmente acompanhar a carreira de nosso atletas e não só cobrar vitórias quando eles chegam na olimpíada. Esse ano a participação brasileira nos jogos ficou muito abaixo do que poderia ser. E cabe a todos nós incentivar o esporte e cobrar medidas para mudar a situação.

Nenhum comentário: